Há cerca de vinte minutos meu telefone tocou, quando vi o nome da pessoa que me ligava já imaginei a notícia que infelizmente recebi. Hoje, por volta das duas da manhã, Minha Menina Camila Mariah nos deixou. Meus olhos ainda não estão repleto de lágrimas, apesar da primeira ter caído há pouco. Ainda não me bateu o desespero, acho que esse não me bate mais, mas estou completamente arrasado por dentro. Lembro daquela garota que conheci em 2003, que dentre outras coisas sempre me deu um sorriso maravilhoso, dos cabelos que um dia já foram cacheados, depois curto, depois dourados. Hoje ela me deu adeus, eu só posso desejar que os familiares sejam abraçados e confortados por essa dor inestimável da perda, da perda de uma pessoa que tinha todos os diferenciais possíveis, de uma pessoa que era além da imaginação. As lágrimas começam a tomar conta de mim.
quinta-feira, 27 de outubro de 2011
Adeus da Minha Menina
terça-feira, 25 de outubro de 2011
Vacas gordas
Na terra de onde os pastos já haviam secado e que, se visse uma vaca magra já era alegria, vinha andando, de pés descalços, João, que poucos números sabia. Não era solitário, pois o sol que lhe rachava a pele se fazia presente até acabar a lida, até que a lua chegasse e fora se aprumar ao chão de onde ainda havia um punhado de feijão e a vagem que plantara. Sentia fome de dia e a noite comia, mesmo que contanto os grãos.
Em uma dessas andanças pelo povoado, que quase gente não existia, vislumbrou umas moedas em uma aposta à toa. Os números foram ao esmo e, em um lugar tão ermo, João foi premiado. Os zeros eram muitos e fez a sua vida nadar no paraíso.
Primeiro foi a mudança: saiu do semiárido e comprou uma fazenda no meio de muito verde. As vacas eram gordas e até davam leite. Ficou bestificado com tanta modernidade e farto de comer carne.
Um dia veio até ele um nobre conhecido, daqueles temos secos, que fora para cidade grande em busca de dinheiro. Não via há muito tempo e o amigo ficou na casa e ir embora nem era a intenção. Comia o dia inteiro, não madrugava com João.
De anfitrião a incomodado, João pegou dois gados e disse que os vendesse, mas bem longe de seu lar. O amigo obediente juntou os seus pertences e se pôs a galopar. E quando já distante mandou foi um postal, mas não agradecendo e, sim, para João dizendo que já queria voltar.