Se molhas o meu chão, minha terra, meu abril, minha letras e vontades. Me molha e encharca meus títulos, meus amores, minhas peças, meus diálogos e monólogos. E quando parecia que foste embora cai de novo, como meu choro, beirando o mês de maio.
Me toma de assalto um afogar em poças de lágrimas e de águas caídas. Me prendo às bordas, mas me leva pra dentro desse turbilhão, desse sofrer intenso que é o anúncio do inverno. Quando molham minhas rosas e me rasga a angústia em ter os pés frios. E quando, mesmo a nicotina, não consegue me acalmar e, mesmo assim, me interroga.
Da minha cama posta por aí, feito de cigano, molhada das penosas lágrimas derramo noite por noite – minha tempestade. Os alagamentos em frente a minha porta, as enchentes das palavras que não se calam.
2 comentários:
É. Você anda inspirado, Rubens Milioli. Saudade, sempre essa cretina...
[também ando recorrendo à nicotina ultimamente... mal dos escritores?]
consguiu tira poesia até de algo tao escroto como a chuva e esse tempo louco?!vc eh mto bom mesmo cara...mto adoro!
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