sábado, 30 de abril de 2011

Intempestiva Tempestade


Se molhas o meu chão, minha terra, meu abril, minha letras e vontades. Me molha e encharca meus títulos, meus amores, minhas peças, meus diálogos e monólogos. E quando parecia que foste embora cai de novo, como meu choro, beirando o mês de maio.

Me toma de assalto um afogar em poças de lágrimas e de águas caídas. Me prendo às bordas, mas me leva pra dentro desse turbilhão, desse sofrer intenso que é o anúncio do inverno. Quando molham minhas rosas e me rasga a angústia em ter os pés frios. E quando, mesmo a nicotina, não consegue me acalmar e, mesmo assim, me interroga.

Da minha cama posta por aí, feito de cigano, molhada das penosas lágrimas derramo noite por noite – minha tempestade. Os alagamentos em frente a minha porta, as enchentes das palavras que não se calam.

2 comentários:

I'm Nina, Marie, etc... disse...

É. Você anda inspirado, Rubens Milioli. Saudade, sempre essa cretina...
[também ando recorrendo à nicotina ultimamente... mal dos escritores?]

Anônimo disse...

consguiu tira poesia até de algo tao escroto como a chuva e esse tempo louco?!vc eh mto bom mesmo cara...mto adoro!