Clementine, ainda sinto saudades dos beijos em meus olhos – hoje sou eu quem deixo um carinho cada dia em que me ausento. Ainda quero te recordar, mesmo que agora o que se acumule lá fora sejam lágrimas falsas.
Eu sempre te imaginei em suas vestes, em dizer teu nome verdadeiro, em lhe desejar além de minhas palavras. Queria as tuas obscenidades e jogar-te ao solo em meio aos seus arquivos.
Ainda que inacabados os desejos e as letras discorridas e não publicadas.
Como se ainda pudesse enfiar as mãos por baixo do seu vestido e jogar-te contra a parede, alisar teus seios em uma vontade desenfreada e frenética até a exaustão. Dormir ao teu lado, deixar você dormindo ou que você me deixe.
Escrever um poema sobre você onde as minhas folhas já teriam secado, minha tinta não. Me dei o direito de calar por algum tempo, um meio de reflexão.
As fibras são abundantes em teu ser, porém nada há que melhor lhe defina que a palavra figurada ou a figura da imagem. Pois és tu a princesa dos devaneios, a flor das palavras, és o termo simbólico, simbolizando os desejos de muitos – os meus – e as vontades de todos.
Entrar em um parágrafo para definir você é como escrever um livro, como se isso fosse simples. Ainda que o abandone no início, meio ou final.
E que esse abandono seja do livro, do autor ou de seu leito. Eu, o autor de mim, que não sei me redesenhar em minhas letras e nem sei lhe cantar músicas ou te desejar. Mas que ainda volte quando quiser. Volte pra onde as noites sejam eternizadas e as manhãs esquecidas.
2 comentários:
Oh, Clementine... essa mulher em palavras outras... Ah, essa mulher, esse desejo... essa fúria incontida... essa nudez desenfreada, esse despudor... Essa desmesura, essa falta de medo... essa falta. Essa que existe em sonhos dos outros com um nome de verdade...
Que bonito e triste teu poema. Uma lamento de amor!!! Adorei ;)
Bjinhosss
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