segunda-feira, 2 de maio de 2011

O Autor


Eu, autor de tantas tristezas e poucos sorrisos, fico lisonjeado quando posso lhe ver sorrir com minhas tristezas, com todas as minhas loucuras e com as minhas fantasias. Eu sou poeta e disso eu não largo. Largo dos amores, que podem também me largar, escrevo por não derramar as lágrimas em gotas e, sim, em palavras. Amo só pra sofrer e escrever o que o amor me faz sofrer.

Minha cabeça, ultimamente, é gleba e fecunda sempre um alguém – mesmo que vocês existam – para ter, assim, algo com o que gramar as tais dores causadas pelos amores dos quais deixo ir, ainda que nem todos valham à pena ter e outros que nunca quis que fossem. Não posso pronunciar certos nomes ou outros textos, me proibi, mas fazem parte de algo que decidi que era quase vida, foi por gnose.

Autor de mim mesmo, componho os finais antes do início para que os dramas ou suspenses não me façam suar os poros, para que os meus anseios não descrevam sobre as páginas letras e evaporem aos teus olhos, como se fosse a própria. Não queira ser a dona de todas as minhas mentiras.

No final da noite ou da linha eu vou ainda despontuar algo do lado de fora de minha fortaleza pensando, após alguns tragos nessas figuras, o que tenho a dizer para que teus olhos se encham, novamente, das letras ou de mim.

11 comentários:

Tatih Oliveira disse...

Posso dizer que amei... Pura e simplesmente. Neste texto você conseguiu exprimir com perfeição como podemos ser realmente o "autor de nós mesmos", dos nossos finais e, me atrevo a dizer, quem sabe da nossa história (no nosso caso - estória).

Anônimo disse...

gostoso de ler..incrivel como realmente o ser humanao em si e todos eles tem algo de masoquista..principalmente os escritores!!!!"Amo só pra sofrer e escrever o que o amor me faz sofrer."...

Rubens Milioli disse...

Agradeço aos meus amigos ... o comentário é a alegria do blogueiro... obrigado pelo carinho dessas palavras ... o anônimo pode se revelar ... pode entrar no clube dos leitores ... um abraço!

Unknown disse...

Anônimo - Adorei quando diz que principalmente os escritores têm algo de masoquista. É verdade, este "auto-flagelamento" é que dá um impulso pra escrever, ainda que seja hipoteticamente... rs

Tatih Oliveira disse...

Essa Tati sou eu. Postei com a conta errada... :/ (isso é bem a minha cara)

Anônimo disse...

rs..vcs escritores...sao engraçados..vcs não apenas imaginam como deve ser sentir a dor...vcs a sentem de fato..e isso eh o que produz textos tao bons....tao autenticos.. e o mais legal...eh que em um texto vcs podem sentir toda dor do mundo..e no seguinte...todo prazer...e no outro todo o amor...ou todos ao mesmo tempo...vcs sao camaleos da alma!

Tatih Oliveira disse...

Camalões da alma... PQP! Adorei isso! Vou escrever algo sobre essa miscelânia de sentimentos.

Rubens, vamos tentar colocar tudo junto num só texto nosso???

Paulinhaaa disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Paulinhaaa disse...

também estou curiosa pra saber quem é o anônimo.. rsrsrs

gosto de como define esses autores tão intensos.. rsrs muito a cara dos que acabo acompanhando tb! Rubens, Tatih e Nina...

danilo disse...

Acho maravilhoso o dom que alguns tem de expressar seus sentimentos, uns nas música, outras na dança e ainda outros em palavras e que por sinal são belas palavras!

Unknown disse...

Ficou lindo Rubens esse seu texto. Um desabafo profundo e verdadeiro.
Gostei muito, parabéns!
Bjinhos no ♥