No meio do Carnaval o samba tentou me atravessar. Boêmio e alegre estampei-lhe um sorriso, pedi desculpas ao acaso e fui pular por outros blocos.
Balançando no ritmo da banda pulei bem alto e as colombinas, no meio da avenida, me chamaram para acompanhar seus passos e se embebedarem em mim.
Passei pelas bandeiras brancas em outras épocas, agora o que queria mesmo que os saltos dos corações inquebráveis, carnavalescos jogassem como o frevo. Mas parei no meio da página e pensei que evoco apenas as frases de Vinicius. E março passa lentamente com suas águas e serpentinas.
E as cores de chocolate que desfilaram em meus lábios. E lá de cima Dona Ivone me falando que ignora o passado e ela já havia passado por mim em outra hora. Mas porque recomeçar se da maneira que está me delicio entre as vestes e as máscaras que cobrem os mais belos beijos?
Fadado a diversão e a milhares de bocas sem nome, que a folia me permite ter. Vou a pé ou como puder no meio da multidão. Que a vida seja dessa generosidade comigo.
Nem penso mais em flores em meio a essa euforia. O que quero é viver e dar a mim mesmo o prazer de não errar a letra que não sei e nem o passo que não fiz. Da fantasia achei que nunca mais sairia e que ela não saia mais de mim.
3 comentários:
achei lindo...
tambem...rs
É assim que Clementine se sente [às vezes].
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